O perfil do investir brasileiro é conservador, e o mercado financeiro nacional é um dos mais fechados do mundo. Apesar desse cenário, o fundador e CEO do Grupo XP, Guilherme Benchimol, acredita que o segmento de investimento tem potencial para crescer de forma exponencial nos próximos anos.
Ele afirma que essa oportunidade para o setor tem causa principal no fato de que, atualmente, 95% das poupanças dos brasileiros estão nos bancos, enquanto que nos Estados Unidos, por exemplo, 90% dos recursos financeiros estão fora das instituições bancárias. Benchimol vê nesses números e no baixo patamar dos juros (que desestimula a aplicação de dinheiro em produtos conservadores) um retrato de como o segmento de investimentos pode ser expandido no País.
“O cliente passa a perceber que a aplicação que ele tinha não é a mais adequada quando mexemos no bolso dele. Então, fica incomodado e começa a mudar o comportamento. A consciência vem do bolso”, diz.
Esse comportamento tímido de investimento e a dificuldade de assumir riscos no mercado financeiro são reflexos da história econômica do Brasil. Se, por um lado, o professor de Economia da Fundação Dom Cabral e da New York University Shanghai, Rodrigo Zeidan, enxerga como positiva a segurança do mercado financeiro brasileiro, por outro, ele aponta que o Banco Central exagerou nessa busca por seguridade e acabou por promover a concentração de mercado.
“É impensável em qualquer lugar do mundo um sistema concentrado em quatro grandes grupos. Sou favorável à competição como forma de entregar para a sociedade um resultado melhor”, justifica.